O Granfondo Ézaro Fin do Camiño é um evento de ciclismo organizado pelo mesmo organizador da corrida profissional O Gran Camiño, que se realiza em Fevereiro, na qual este ano o vencedor foi Jonas Vingegaard.
Localizado na Galiza, Espanha, esta prova é uma das mais emblemáticas do calendário de Granfondos, atrai ciclistas de todo o mundo para enfrentar as exigentes subidas e aproveitar a beleza natural da Costa da Morte, Cabo Finisterra e Miradouro do Ézaro.
A Experiência no Evento
Este ano, participei no Granfondo do Ézaro, na distância de 107 km. e mais de 2000 metros de desnível acumulado.
A prova começou com uma partida neutralizada de 40 quilómetros, uma distância um pouco longa em andamento neutralizado, mas que proporcionou um bom aquecimento e uma óptima oportunidade para conviver com outros ciclistas enquanto pedalávamos calmamente junto ao mar.
Um dos ciclistas com quem tive a oportunidade de pedalar e conversar foi Alejandro Valverde, o conhecido ciclista espanhol, agora ex-profissional.
Após a partida neutralizada o pelotão saiu das estradas junto ao mar em direção às montanhas da zona. Foi aí que a exigência apareceu, um percurso constantemente ondulado, com subidas exigentes mas também paisagens maravilhosas.
Vídeo do evento
Mirador de Ézaro: O Grande Desafio
O principal desafio da prova está no final, após mais de 100 quilómetros e quase 2000 metros de desnível acumulado, os participantes ainda têm que ter energia para a subida ao Mirador de Ézaro.
São mais de 1500 metros de extensão com uma pendente média de 15% e zonas de inclinação de até 30%. A Specialized Roubaix demonstrou ser uma excelente escolha para fase. (Explico de seguida).
Bicicleta Utilizada: Specialized Roubaix
Levei uma bicicleta Specialized Roubaix SL8 Expert para o evento. Embora seja uma bicicleta menos competitiva que a Specialized Tarmac ou outras bicicletas mais “racing“, a Roubaix revelou-se uma excelente escolha devido aos andamentos que tem montados de série, particularmente vantajosa para a última subida.
A Specialized Roubaix provou que nem sempre é necessário termos uma bicicleta de características mais agressivas para se desfrutar de um evento.
A versão que utilizei não bloqueia completamente o sistema Future Shock, o que resultou numa sensação de frente “mole” em algumas subidas. No entanto, a posição de pedalada e a desmultiplicação com pratos 46/33 e cassete 10/36 permitiram superar as dificuldades das subidas, desfrutando da paisagem e poupando algum sofrimento extra, que teria com outro tipo de desmultiplicação.
A Zona e o Lazer
Além da competição, o evento é uma excelente oportunidade para explorar a região da Galiza. Encontrei muitos portugueses no evento, para as pessoas do Norte de Portugal ir ao Granfondo do Ézaro é mais perto do que ir a um Granfondo no centro ou sul de Portugal.
As paisagens costeiras são fenomenais, as estradas e as montanhas também, e se a isto juntarmos o idioma galego (muito parecido com o português) bem como a gastronomia local que também é boa, então sentimo-nos praticamente em casa.
Para quem vive noutras zonas de Portugal, torna-se um pouco longe (desde a zona de Lisboa fiz cerca de 600 quilómetros), mas é uma zona e um evento que vale a pena conhecer.
Simplesmente a partida neutra de 40 quilómetros é demasiado longa, na minha opinião. Funciona bem e acrescenta segurança, mas talvez 10 ou 15 quilómetros sejam suficientes.