Campeão belga quer terceiro título na “Algarvia”e saber como está à partida para um ano onde Tour de France e Jogos Olímpicos são os objetivos.
Remco Evenepoel está calmo, amadureceu e deixou atrás um 2023 que teve momentos complicados de gerir. O abandono no Giro foi duro, o dia mau na Vuelta também.
A isto acrescente-se que a Soudal Quick-Step quase deixou de existir quando esteve na iminência de ser adquirida pela Visma, que queria a todo o custo ficar com o campeão da Bélgica.
Mostrando que os campeões também se deixam afetar pelo que os rodeia, Remco foi-se abaixo e precisou de uma longa pausa invernal para recuperar a confiança.
“É importante ter mudado a mentalidade e reencontrado a confiança dos anos anteriores. Após o Covid no Giro foi uma loucura para encontrar o ritmo porque passei por altos e baixos. Agora, os treinos fluem, não fico stressado se não puder treinar um dia. Isso deve-me ajudar em corrida porque se poupam energias para os momentos caóticos em competição.”
Remco Evenepoel
Abrir a época em Portugal
O TopCycling foi à apresentação da Soudal Quick-Step em Calpe. Foi uma oportunidade de ter uns minutos com o corredor mais popular da Bélgica, que levou à Comunidade Valenciana dezenas de jornalistas.
A região é agora a casa de Evenepoel, que gosta do clima e das estradas à volta de Calpe e Altea, uma espécie de Riviera espanhola que oferece mais de 300 dias de sol por ano.
Remco procura fugir ao frio e à pressão dos belgas, por isso casou durante o inverno, mudou para Espanha e até já arranha o castelhano. No entanto, vai abrir a época em Portugal correndo Figueira Champions/Casino Figueira e Volta ao Algarve.
“A Volta ao Algarve é a prova perfeita para preparar o Paris-Nice: é dura, tem contrarrelógio e sempre gostei de a correr no início da temporada.”
Longo ano com objetivos importantes
Vai ser um longo ano com objetivos importantes na carreira do bicampeão da “Algarvia”. Dois acima de tudo: a estreia no Tour de France e as duas corridas olímpicas.
No Algarve terá duas etapas a rondar os 200 km, finais clássicos na Fóia e no Malhão, além de contrarrelógio em Albufeira (22,2 km). As jornadas tão longas em fevereiro não agradam a Tom Steels, ex-vencedor de etapa em Portimão.
O diretor desportivo de 52 anos é fã do nosso país e vai acompanhar Evenepoel. Steels prefere destacar o lado positivo da corrida, coincidindo com o corredor em que é a melhor preparação para o Paris-Nice.
“Vamos pelo percurso. É sempre bom saber onde estás no início da época comparando com as outras equipas e corredores. Há um contrarrelógio e como campeão do mundo ele quer ganhar e também fazer testes porque há sempre pequenas alterações na bicicleta de um ano para o outro. Vamos com uma equipa muito forte, além disso no ciclismo não há muitas oportunidades de treinar e ver como os corredores reagem a certas situações de corrida. Queremos resultados, mas também para unir a equipa.”
Tom Steels
Depois do Paris-Nice segue-se País Basco, clássicas das Ardenas, Dauphiné e Tour de France. Sobre a estreia na corrida francesa e o que espera do período decisivo da época fiquem atentos porque o TopCycling publica em breve um especial “Evenepoel no Tour de France”.