Ciclocrosse, a modalidade de inverno na qual podes ganhar forma e “melhor pele”.
O ciclocrosse é uma modalidade praticada essencialmente no inverno (normalmente a época dura entre Setembro e Fevereiro), com longa tradição e melhores praticantes em países como a Bélgica, Holanda, França ou Republica Checa.
Existem algumas histórias acerca do início do ciclocrosse, mas os países percursores terão sido França, Bélgica e Holanda, no início do Séc. XX.
No inverno os ciclistas faziam corridas entre si desde uma cidade para outra, para atalhar caminho utilizavam caminhos rurais e até saltavam as cercas dos agricultores para chegar mais rápido.
Isto não só mantinha e até melhorava a sua condição física no inverno, como também melhorava a sua capacidade de manobrar a bicicleta em condições mais difíceis do que a estrada (que na altura não era como é hoje).
Em Portugal existe época competitiva de ciclocross desde o ano de 2011 , sob a tutela da Federação Portuguesa de Ciclismo, e é uma modalidade que ano após ano atrai praticantes, tanto os que só fazem só ciclocrosse como os praticantes de outras vertentes competitivas que o fazem para melhorar a sua condição física na pré-época.
Tendo como indicador a categoria de Elites masculinos, em 2011 verificavam-se corridas com 9/10 participantes no inicio da corrida, na ultima época haviam 26 participantes na linha de partida desta categoria, o que indica algum crescimento, ainda assim, não se pode dizer que seja uma modalidade popular no nosso país.
Além de parecerem corridas em areia e lama com “bicicletas de estrada alteradas”, no que consiste o ciclocrosse?
No ciclocrosse, um ciclista precisa da preparação da estrada, da técnica de um ciclista de BTT e ainda tem que treinar para obstáculos e zonas específicas que qualquer pista de ciclocrosse exige, como o desmontar e montar na bicicleta, transportar a bicicleta ao ombro e correr.
Os circuitos variam entre os 2 e os 3,5km’s, num terreno misto entre lama, areia, empedrado, escadas, obstáculos para saltar, subidas e descidas curtas.
As corridas têm normalmente uma duração de cerca de 1 hora para os homens e 40 min’s para as mulheres, sendo normalmente corridas de alta intensidade, sempre no “red line”, e como combinam corrida, desmonta, monta e pedala, exigem uma excelente preparação.
Fica aqui “um cheirinho” 😉
As bicicletas
As bicicletas de ciclocrosse são muito similares às de estrada, têm guiadores e tamanho de roda iguais, no entanto existem diferenças importantes.
As bicicletas e ciclocrosse têm pneus mais grossos (numa bicicleta de estrada variam entre os 23 e os 28mm lisos, enquanto os de ciclocrosse têm entre 32 a 35mm com tacos);
os travões são sempre de disco ou cantilever (no que respeita aos discos, ambas as bicicletas nos dias de hoje partilham essa características) e alguns ciclistas de Ciclocross podem optar por ter também umas manetes extra na parte superior do guiador;
os pedais são de BTT, porque o tipo de sapatos utilizado é o de BTT (por serem mais apropriados para correr do que os de estrada), porque funcionam melhor com a lama e encaixam de ambos os lados, o que é melhor nas saídas e entradas da bicicleta;
as relações de mudanças (número de dentes dos carretos e pratos) também são diferentes, normalmente têm relação de pratos 46/36 e cassetes 11-28, adaptando-se melhor às inclinações e terreno das pistas de ciclocrosse, e algumas podem ter um só prato;
por ultimo a geometria do quadro também é ligeiramente diferente, as bicicletas de ciclocross são ligeiramente mais altas e mais curtas.
Na época de 2016/2017 a taça de Portugal de Ciclocrosse foi composta por 5 provas (Vouzela, Torre D. Chama, Qta. do Anjo, Rebordosa e Melgaço), tendo sido o Campeonato Nacional em Qta. das Arcas, Sobrado.
Verificámos que no site da federação, em Outubro, ainda não está disponível o calendário desta modalidade da época 2017/2018, se tiveres interesse em participar em alguma destas corridas fica atento ao site.
Mr.B.