Chris Froome não abdica do sonho de voltar a brilhar no Tour de França, prova que já conquistou quatro vezes.
Depois de um 2022 longe daquilo em que sonha voltar a conseguir, ainda na sequência do acidente sofrido em 2019, quando durante um treino embateu contra um muro a uma velocidade de 60km/h, tendo sofrido fraturas no fêmur, no cotovelo e em algumas vértebras, que lhe deixaram o futuro desportivo seriamente ameaçado, o experiente ciclista britânico continua a demonstrar uma enorme resiliência e capacidade de superação.
Nos últimos dias, e por ocasião da sua participação no Critério de Singapura, Froome deu uma extensa entrevista a vários meios de comunicação, onde deixou diversas revelações, que permitiram esclarecer o porque de a temporada 2022 não ter corrido da forma que planeou.
Froome afirmou por diversas ocasiões que a temporada 2022 marcaria o seu regresso às boas prestações. No entanto, as coisas não correram como esperado, algo que segundo revelações do próprio, se deveu em muito “ao facto de ter estado infetado pela Covid-19 no decorrer do Tour”, situação que lhe causou sérias limitações durante várias semanas, afetando assim tudo aquilo que tinha planeado.
Sendo asmático, isso afetou-me bastante. Foi a primeira vez que tive isso. O resto da temporada para mim foi praticamente uma baixa.”
Desempenho no Alpe d’Huez permite voltar a sonhar
Chris Froome assenta a sua esperança em voltar a um nível alto, dando o exemplo daquilo que aconteceu na 12.ª etapa do Tour 2022, tirada que terminou na terceira posição, a 2.06 minutos do vencedor, isto depois de ter liderado a etapa durante largos quilómetros, fazendo lembrar o Froome que todos conheceram, com aquele jeito bem próprio de pedalar.
Alpe d’Huez foi um bom trampolim. Foi bom estar na corrida e pelo menos lutar pela vitória na etapa.”
Lesões de 2022 não estão relacionadas com o acidente de 2019
Froome revelou que as lesões de 2022 não estiveram relacionadas com o acidente de 2019, razão que o leva a acreditar ser possível voltar a um nível elevado.
Esta temporada (2022) foi a primeira em que não tive nenhum problema relacionado com o acidente de 2019″.
O ciclista britânico deu mesmo o exemplo do crescendo de forma que apresentou durante a primeira parte da temporada, que apenas foi interrompido pela Covid-19, situação que acabou por marcar, pela negativa, o resto da época.
“Não tive problemas ou coisas que me atrasassem. É por isso que consegui um bom progresso na primeira parte da temporada, até ter estado infetado pela Covid-19.”
Apesar da confiança que apresenta, Froome é ao mesmo tempo cauteloso, revelando saber que para voltar a estar bem numa grande volta, antes disso, tem que conseguir treinar continuamente, e conseguir bons resultados em provas mais pequenas.
Mas eu sei que há outros passos que preciso tomar antes que isso seja uma preocupação real para mim. Antes de me focar num objetivo como o Tour de France, tenho que pelo menos perseguir alguns objetivos menores, como uma etapa em provas de uma semana. Mais do que isso, trata-se de ter um período ininterrupto de treinos e corridas onde não tenha doenças ou lesões. Se conseguir fazer isso, espero poder voltar lá.”
Em 2023 e com as cores da Israel-Premier Tech, Froome, aos 37 anos, não abdica do sonho de voltar às grandes prestações que o notabilizaram e que fazem dele um dos grandes ciclistas das últimas décadas.
Froome não desiste do desporto que ama e para o qual vive.
Eu amo realmente o ciclismo, amo o processo de dedicação, de treino e de tentar tirar o melhor de mim.”
Os amantes do ciclismo e especialmente os seguidores de Chris Froome têm assim motivos para encararem a próxima temporada com elevadas expetativas.
Por: Nelson Ferreira
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