Esta geração de ciclistas multidisciplinares, causa alguns “problemas” à industria das bicicletas. Wout Van Aert terminou temporada passada de Ciclocrosse a correr com uma Bianchi “camuflada”, mas este ano terá uma Cervélo R5-CX.
Como escrevemos AQUI, na temporada passada Wout Van Aert terminou temporada de Ciclocrosse a correr com uma Bianchi “camuflada”, visto que o patrocinador de bicicletas da equipa Jumbo-Visma mudou, deixando de ser a Bianchi e passando a ser a Cervélo.
A Cervélo nunca teve uma bicicleta de ciclocrosse no seu catálogo ( e escrevo no catálogo porque em 2007 a marca criou a Cervélo R3 Cross para Jonathan Page, mas a bicicleta nunca foi produzida para venda).
Mas quando se patrocina uma equipa que tem nas suas fileiras um dos melhores do mundo da modalidade o que se faz? Constrói-se uma, neste caso a nova Cervélo R5-CX.

No início da temporada de Ciclocrosse já se havia visto Marianne Vos correr com a nova R5-CX nas primeiras corridas da Taça do Mundo que ocorreram nos Estados Unidos da América.

Aos comandos da nova R5-CX, Marianne Vos venceu 2 corridas, Waterloo e Iowa City, mas apesar disso a Cervélo não se pronunciou sobre a nova bicicleta, provavelmente sabendo que em termos de marketing teria mais impacto anunciar a bicicleta na estreia de Wout van Aert.
A estreia acontece já este fim de semana no Troféu Superprestige de Boom, onde Wout Van Aert inicia a sua temporada de Ciclocrosse.

A nova R5-CX tem alguns pormenores de design da sua “irmã” de estrada R5, a bicicleta utilizada por Primoz Roglic, Sepp Kuss ou Marianne Vos em 2021, mas uma geometria claramente para o ciclocrosse, começando logo pelo bloco pedaleiro que é 11 mm. mais alto que na versão de estrada da bicicleta.

Além de ouros pormenores na geometria, foram tidos em conta alguns aspectos técnicos para as exigências do Ciclocrosse, como o facto de recorrer a um bloco pedaleiro “T47” de rosca, aparentemente mais fiável para as várias lavagens à pressão pelas que as bicicletas Ciclocrosse passam nas corridas.
O espigão de selim é em formato “D”, o conhecido “D-shape” é utilizado também nas bicicletas de estrada de várias marcas, que alegam ser mais aerodinâmico, mas no Ciclocorsse tem a vantagem de não haver o risco de este girar, em caso de queda (as quedas que são bastantes normais no Ciclocrosse).
No que respeita a transmissão, a R5-CX só suporta grupos electrónicos pois estes não têm problemas de mau funcionamento em condições de lama e areia.
Não esperem ver adaptadores para bolsas, ferramenta ou outros pormenores habituais em algumas bicicletas de Gravel, de acordo com a Cervélo esta é uma “cross racing bike”, uma bicicleta de Ciclocrosse para corridas de Ciclocrosse.

Por enquanto, só para profissionais
No lançamento, a Cervélo disse que apenas os tamanhos 51cm e 58cm – usados por Vos e van Aert, respectivamente – estarão disponíveis para já.
“Tenho reservas em falar sobre tamanhos e preços com sete meses pela frente”,
disse Sarah Taylor, Brand Manager da Cervélo.
A bicicleta será lançada no próximo verão, a Cervélo não revela preços mas diz que na altura a R5-CX 2022 estará disponível nos tamanhos 51, 54, 56 e 58 cm como bicicleta completa ou quadro.
Por: Luís Beltrão
Fotografia: Cervélo
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