Campeonato do Mundo de Ciclocrosse – Antevisão

Campeonato do Mundo de Ciclocrosse – Antevisão

Estamos a menos de 24 horas dos campeonatos do mundo de Ciclocrosse, a UCI manteve a competição mesmo em tempos de pandemia, assim como uma grande parte das corridas se manteve ao longo de um ano difícil.

Vídeo promocional da UCI

Apesar de se realizar ao ar livre, o facto de ser uma modalidade que se disputa dentro de um circuito fechado poderá ter ajudado a que muitas corridas se mantivessem.

Embora os custos dos organizadores sejam elevados há muita audiência na Bélgica e Holanda, e mais recentemente em todo o mundo (devido ao fenómeno Van Aert VS. Van der Poel), que fez com que se mantivessem os direitos televisivos e assim a maior parte das corridas de pé, não obstante os gastos.

E ainda bem que assim foi, porque o campeonato do mundo de ciclocrosse este ano reúne “ingredientes” para ser dos mais emocionantes e disputados dos últimos anos.

Falamos claro está, da prova masculina, porque uma corrida mais disputada do que aquela que assistimos o ano passado na prova feminina é praticamente impossível (terminou ao sprint). Mas vamos abordar o que nos espera em ambas as provas este ano.

O Circuito

O circuito de Ostend (Bélgica) é bem conhecido de WVA pois foi lá que se sagrou campeão Belga em 2017. É um circuito marcado pela enorme ponte com uma rampa de 21% de inclinação (onde os atletas passam duas vezes por volta) e também pela zona de areia na praia.

Reconhecimento do circuito com camara on-board

Se por um lado WVA corre em casa e num circuito que conhece, por outro lado MVDP terá um circuito marcado pela areia, sector no qual normalmente se destaca e onde é exímio. Não se pode dizer que o circuito dê vantagem a algum deles.

O circuito terá 2900 metros, sendo que 1326 metros serão em sectores de relva (que rapidamente se pode transformar em barro se chover), e 565 metros em areia da praia. O restante é por piso variado.

Assim sendo, comprem cerveja e aperitivos, guardem espaço no sofá e assistam porque nos aguarda um grande espetáculo de ciclocrosse.

Prova Masculina

Mathieu van der Poel VS. Wout Van Aert

No últimos anos vimos assistindo a duas partes diferentes das temporadas, a primeira parte da temporada em que Mathieu Van der Poel (MVDP) está em período de recuperação e descanso da sua época de BTT e estrada, e a segunda parte da temporada na qual MVDP regressa à modalidade. Quando ele regressa, domina todas as corridas.

Ambos são Tri-Campeões do mundo de ciclocrosse, este ano podem desempatar.

Este ano foi completamente diferente, na medida em que não foi só o regresso de MVDP, mas também de Wout Van Aert (WVA) e Thomas Pidcock, que vieram mudar o panorama da temporada sensivelmente depois dos campeonatos da Europa em Novembro.

Haver o regresso à modalidade destes três nomes, aliado ao facto de Eli Iserbyt (Campeão da Europa) ter contraído uma lesão no ombro numa prova em Dezembro, faz com que esta corrida seja completamente diferente daquela que assistimos em Novembro passado no campeonato da Europa.

Regressar ao passado para ver equilíbrio

Teríamos que recuar ao à temporada de 2016/2017, para assistir a algo parecido com o que sucedeu este ano, uma temporada na qual MVDP e WVA foram dividindo vitórias nas várias competições entre si, pois desde aí, o domínio tem sido do Rei MVDP, não esquecendo que inclusive no ano do ultimo título mundial de WVA (em 2018), o favorito era MVDP pois tinha vencido praticamente todas as corridas daquela temporada.

Não obstante haver outros grandes atletas como Thomas Pidcock, Eli Iserbyt, Michael Vanthourenhout, Toon Aerts, Laurens Sweeck, Lars Van der Haar entre outros, é em torno de MVDP e WVA que se focam as atenções.

A rivalidade em campeonatos do mundo entre MVDP e WVA vem desde juniores.

Seja pelo momento de forma que atravessam, seja pelas batalhas que travam desde juniores nesta modalidade, pelo domínio que têm tido (é necessário recuar a 2014, ano em que Stybar foi campeão do mundo, para encontrar um campeão do mundo elite que não fosse WVA ou MVDP), ou ainda pela rivalidade que entretanto passaram para o ciclismo de estrada, que atingiu o expoente máximo no ultimo Tour de Flanders onde terminaram disputando a corrida ao sprint entre eles.

A rivalidade entre WVA e MAVDP já passou para do ciclocrosse para o ciclismo de estrada

Por tudo isto, a não ser que algo de anormal suceda (furos ou avarias), a corrida será muito certamente disputada pelos dois.

Start List

Prova feminina

Nos últimos anos o ciclocrosse mundial tem vindo a ser dominado pelas atletas holandesas, sendo campeonatos da Europa e do Mundo dominados por esta seleção. Na prova de amanhã o cenário será o mesmo, mas talvez com protagonistas diferentes.

A atleta do ano tem sido sem dúvida Lucinda Brand, uma batalhadora nata que ano após ano tem vindo a conquistar o seu espaço no ciclocrosse mundial, e onde aos seus 31 anos de idade conseguiu finalmente um grande título na modalidade, pois é a vencedora da taça do mundo da presente temporada.

Lucinda Brand

Ao título da taça do mundo, pode ainda juntar o troféu Super Prestige (o mais importante troféu da Bélgica), onde lidera a classificação geral a uma prova do fim, e ainda o título de campeã do mundo.

Lucinda Brand

Apesar de estar a fazer a melhor época de sempre na sua carreira (a atleta acompanhada pelo mítico Sven Nys, tem tido uma evolução notável), não é a primeira vez que chega a um campeonato do mundo como uma das favoritas, e em anos anteriores não conseguiu traduzir o favoritismo em vitória, pelo que certamente não se irá “encostar” aos resultados deste ano à partida para este campeonato do mundo.

A grande rival de Lucinda Brand para a corrida de amanhã será certamente a actual campeã do mundo Ceylin del Carmen Alvarado, que embora tenha começado bem a temporada, onde venceu as primeiras corridas dos troféus e se sagrou campeã da Europa, depois baixou rendimento, tendo-se assistido a uma época dominada por Brand.

Ceylin Alvarado

A questão é que a época de ciclocrosse é longa e desgastante, com muitas competições diferentes, e para chegar a um campeonato do mundo em pico de forma é necessário gerir bem a condição física.

Ceylin Alvarado

Ceylin Alvarado teve um decréscimo de rendimento após os campeonatos da Europa, mas nas últimas corridas já assistimos a um maior rendimento por parte da atleta natural da República Dominicana, pelo que se assume como a outra grande candidata.

Quem se pode intrometer na luta Brand VS. Alvarado

Denise Betsema é a outra holandesa em grande forma este ano, uma atleta com enorme qualidade que este ano regressou ao mais alto nível, depois de na época passada não ter competido por castigo da UCI por controlo positivo de doping.

Denise Betsema

Betsema consegui este ano 4 vitórias no total, sendo uma delas na corrida da taça do mundo em Hulst, nota-se que vem num crescendo de forma a “apontar” para o campeonato do mundo e pode intrometer-se na luta entre as favoritas Brand e Alvarado.

Anne Marie Worst é a outra holandesa que pode vir a disputar a corrida, tem sido ela nos últimos anos a grande rival de Ceylin Alvardo, mas este ano teve uma lesão na pré-época que acabou por afetar o seu rendimento, não estando na disputa das corridas como vinha acontecendo nos últimos anos. Fez uma pausa em algumas corridas por opção em Dezembro, com vista a apresentar-se na sua melhor forma no campeonato do mundo, amanhã veremos se deu resultado.

Anne Marie Worst e Celine Alvarado.

Existe ainda a jovem americana Clara Hosinger que pode ser uma outsider, aos 23 anos tem estado na disputa pelo pódio das ultimas corridas da temporada, e a lendária Marianne Vos que regressou na segunda parte da temporada com o objetivo de disputar o campeonato do mundo.

Clara Honsinger

Start List

Transmissão

As provas serão transmitidas em direto no GCN com Race Pass (pago) ou no Eurosport Player (pago).

Poderás ver em também diferido no Eursport 2:

Sábado pelas 18:30 prova feminina.

Domingo pelas 18:00 prova masculina.

Por: Luís Beltrão

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