Equipa sub-23 da Tudor ganhou etapa no Tour de la Mirabelle, em França. Bruno Pires dirigiu os diamantes do projeto suíço.
Quem sabe nunca esquece e Bruno Pires sabe muito de ciclismo.
Recrutado pela Tudor na primavera, tem emprestado conhecimento tanto ao plantel principal como à equipa de desenvolvimento.
Depois de fazer Giro dos Abruzos e Tour dos Alpes com os elites, Bruno Pires levou os sub-23 ao Tour de la Mirabelle. A prova francesa é UCI e tem categoria 2.2.
“Tenho feito algumas corridas com a equipa de desenvolvimento porque o calendário é muito apertado e precisam de ajuda nesse calendário. Foi muito positivo o Tour de la Mirabelle porque foi a primeira vitória da equipa. Ter sido quando eu estava a liderar deixou-me satisfeito e deu-me confiança pelo trabalho que fizemos esta semana”.
Bruno Pires ao TopCycling.

Créditos: Bruno Pires
Dois talentos que nasceram na pista
Nancy é o epicentro da prova de quatro dias. Sobe e desce constante junto às Vosges, sempre acima de 1700 m de altitude, num evento que deve o nome a um tipo de ameixa, a “Mirabelle de Nancy”.
O britânico naturalizado francês Oscar Nilsson-Julien (AVC Aix-en-Provence) ganhou a geral. A última etapa sorriu a Juan David Sierra (Tudor). Dois talentos que nasceram na pista.
Juan David Sierra é de Milão e tem raízes colombianas por parte do pai. Em juniores foi campeão mundial da perseguição por equipas e no Europeu de Anadia pôs o recorde do mundo em 3:53.980 a caminho do ouro.
“Trabalhar com jovens é mais difícil porque têm menos experiência, mas também é gratificante quando os vemos a ganhar. Encheu-me de orgulho e fez todo o sentido o trabalho dos últimos dias. O Juan David é um sprinter que passa subidas curtas, está em evolução e a nível da estrada está a ganhar rodagem. Tem 19 anos, é um talento nato e estou expectante para ver como evolui nas próximas provas.”

Créditos: Bruno Pires
Formação em hipnoterapia e coaching
Em paralelo com as funções na Tudor, Bruno Pires abriu as portas da Ether Clinic, em Ponte de Lima.
O projeto é a materialização de anos de formação em hipnoterapia e coaching.
Pioneiro nesta área no ciclismo português, o alentejano procura trazer novidades a uma modalidade conservadora como o ciclismo.
“No Tour de la Mirabelle utilizei técnicas de relaxamento profundo, mindfulness e hipnose. Segundo os atletas ajudou a ficarem mais focados e eliminou algum medo e tensão antes das partidas. O feedback deles foi positivo e surpreendente porque são jovens e poderiam não entender este tipo de trabalho. É complicado aceitar inputs ligados à parte mental e espiritual, mas não nos podemos esquecer que somos tudo isso. Quando se alia a boa suplementação, boas bicicletas, ótima preparação física – que não é feita por mim – dá resultado. As coisas correram bem, é a minha primeira vitória internacional. “