Estamos a menos de 48 horas do início do Campeonato do Mundo de Ciclocrosse, que este ano se realizará em Dubendorf, Suíça. Fazemos uma antevisão da prova mais aguardada do ano, seja para a atletas ou adeptos da modalidade.

Se quiseres relembrar ou saber como foi a temporada de ciclocrosse até agora, entra no menu “Ciclocrosse” da nossa página principal, á encontras todos os resumos das corridas da Taça do Mundo e troféu Superprestige.
O Circuito
Há muito que se sabe a localização do circuito e embora só mais recentemente se saiba o traçado do mesmo, também há muito tempo se sabe que seria um circuito rápido e maioritariamente plano, visto este ter sido feito num Aeroporto, onde por norma não existem montanhas e vales, pois não dão muito jeito para fazer aterrar aviões.
As dificuldades do circuito foram assim criadas artificialmente, existem pequenos topos nas pontes criadas, areia, barreiras e outros topos criados artificialmente.
Que sinais pode dar uma tipologia de circuito assim? O principal é que se podem formar grupos e se pode trabalhar em conjunto, em principio não é uma opção tentar fazer diferenças na primeira metade da corrida.
Corrida masculina – Mathieu van der Poel, e os outros.
Na corrida masculina podem haver duas abordagens ao fenómeno Mathieu van der Poel (MVDP).

Não existe qualquer dúvida que MVDP é o principal favorito a vencer a corrida, os números falam por si, nas últimas 50 corridas de ciclocrosse disputadas pelo holandês, este venceu 49.

Primeira abordagem: quando van der Poel alinha na partida de uma corrida, deixa de haver suspense no que respeita ao vencedor.
A segunda abordagem: qualquer pessoa gosta de ver espectáculo, gosta de ver vencedores, gosta de ver ataques, e com MVDP as corridas de ciclocrosse têm tudo isto.

Interpretações do fenómeno van der Poel à parte, a verdade nua e crua é que o holandês não está um nível acima dos seus adversários, está dois ou três! Só um problema mecânico ou uma queda grave poderiam impedir MVDP de revalidar o seu título de campeão do mundo.
Os outros
Toon Aerts, vencedor das últimas edições da Taça do Mundo de Ciclocrosse, ex- Campeão da Europa e vencedor de vários troféus, é rei e senhor na lama (característica que o favorece).

Além de ser o vencedor da taça do mundo da corrente temporada, pode gabar-se de ser o único atleta a vencer uma corrida a Mathieu van der Poel nos últimos tempos (corrida do DVV Trofee, em Ronse, Dezembro de 2019).

Toon Aerts foi um atleta regular durante toda a época, mas notou-se claramente que apontou o seu pico de forma para a segunda metade da temporada, pois o atleta belga de 26 anos fez uma temporada em crescente de forma.

Uma queda na épica corrida de Namur (quando lutava pela vitória com MVDP) custou-lhe 4 costelas partidas, o que lhe pode ter influenciado o seu trajecto e pico de forma para os campeonatos do mundo, mas se existe atleta capaz de “bater o pé” a Mathieu van der Poel, Toon Aerts é um deles.
Eli Iserbyt, o ainda Sub-23 que decidiu competir em Elite teve um arranque avassalador, onde venceu várias corridas na primeira metade da temporada, discutiu até à última prova a taça do mundo, foi medalha de prata nos Campeonatos da Europa e é líder do DVV Trofee a uma prova do fim.

Eli Iserbyt vai certamente querer discutir a corrida e mesmo que não vença, esta já é uma temporada fenomenal por parte do “baixinho” atleta belga.
Laurens Sweeck é o outro belga em destaque na presente temporada, onde já conta com algumas vitórias, mas acima de tudo prima pela regularidade, o que lhe vale a liderança do mais prestigiado troféu de ciclocrosse, o Superprestige, a duas provas do fim.

O ponto alto da temporada e da carreira de Laurens Sweeck foi este ano sagrar-se campeão belga da modalidade, o que tendo em conta a tradição que este desporto tem no país, vale quase tanto como ser campeão do mundo.

Wout van Aert dispensa apresentações, é tri-campeão do mundo da modalidade, desde as camadas jovens é o arquirrival de MVDP, juntamente com o holandês fez uma transição de sucesso para o ciclismo de estrada e é graças a ambos que hoje em dia o ciclocrosse é mais visto em todo o mundo.

O agora ciclista da Jumbo-Visma não fez a temporada de ciclocrosse completa, por estar em recuperação de uma grave queda sofrida durante o contra-relógio do Tour de França, no entanto após o seu regresso tem feito sempre TOP 10 nas corridas e inclusive já fez pódio.

O ano passado discutiu o título com MVDP, este ano é pouco provável que esteja na discussão da corrida, mas tendo em conta o seu valor e experiência não seria de estranhar que finalizasse no pódio.
Start List Elites Masculinos
Pos. | Nome (País) |
---|---|
1 | Mathieu van der Poel (Países Baixos) |
2 | Lars van der Haar ( Países Baixos ) |
3 | Corne van Kessel ( Países Baixos ) |
4 | Joris Nieuwenhuis ( Países Baixos ) |
5 | David van der Poel ( Países Baixos ) |
6 | Stan Godrie ( Países Baixos ) |
7 | Sieben Wouters ( Países Baixos ) |
S 8 | Maik van der Heijden ( Países Baixos ) |
9 | Laurens Sweeck (Bélgica) |
10 | Toon Aerts ( Bélgica ) |
11 | Eli Iserbyt ( Bélgica ) |
12 | Michael Vanthourenhout ( Bélgica ) |
13 | Quinten Hermans ( Bélgica ) |
14 | Tim Merlier ( Bélgica ) |
15 | Wout van Aert ( Bélgica ) |
S 16 | Gianni Vermeersch ( Bélgica ) |
S 17 | Jens Adams ( Bélgica ) |
S 18 | Thijs Aerts ( Bélgica ) |
19 | Marcel Meisen (Alemanha) |
20 | Sascha Weber ( Alemanha ) |
21 | Steve Chainel (França) |
22 | David Menut ( França ) |
23 | Felipe Orts Lloret (Espanha) |
24 | Kevin Suarez Fernandez ( Espanha ) |
25 | Kerry Werner (EUA) |
26 | Curtis White ( EUA ) |
27 | Stephen Hyde ( EUA ) |
28 | Timon Ruegg (Suíça) |
29 | Simon Zahner ( Suíça ) |
30 | Marcel Wildhaber ( Suíça ) |
31 | Lukas Fluckiger ( Suíça ) |
32 | Nicola Rohrbach ( Suíça ) |
33 | Emil Hekele (R.Checa) |
34 | Michael Boros ( R.Checa ) |
35 | Tomas Paprstka ( R.Checa ) |
36 | Jan Nesvadba ( R.Checa ) |
37 | Michael van den Ham (Canadá) |
38 | Cameron Jette ( Canadá ) |
39 | Nicolas Samparisi (Itália) |
40 | Cristian Cominelli ( Itália ) |
S 41 | Gioele Bertolini ( Itália ) |
S 42 | Stefano Capponi ( Itália ) |
S 43 | Stefano Sala ( Itália ) |
44 | Thomas Pidcock ( Inglaterra ) |
45 | Matej Ulik (Eslováquia) |
46 | Ondrej Glajza ( Eslováquia ) |
47 | Simon Vozar ( Eslováquia ) |
48 | Goran Cerovic (Montenegro) |
Corrida feminina – selecção dos Países Baixos sem estratégia nem amizades
Na presente temporada as corridas têm sido completamente dominadas, em todos os troféus, por atletas holandesas e todas elas querem a camisola do arco-íris, pelo que nestes campeonatos do mundo não se prevê que haja estratégia de equipa. Vejamos as candidatas.

Annemarie Worst, é a ex-campeã da Europa que na presente temporada tem estado sempre em destaque, tendo conseguido a medalha de bronze no Campeonato da Europa e tendo a Taça do Mundo.

Worst também fez uma temporada em crescente de forma, tem estado na discussão das últimas corridas e este é o seu principal objectivo da temporada.
Ceylin Alvarado é ainda atleta sub-23, mas ao contrário dos Campeonatos da Europa (onde se sagrou Campeã da Europa sub-23), decidiu competir na categoria de Elite, e tem razões para isso pois tem dividido o domínio das corridas da presente temporada com a sua compatriota Annemarie Worst.

Alvarado discutiu a vitória da Taça do Mundo até à última prova, e não fosse um erro e consequente queda a poucos metros do fim, poderia mesmo ter ganho.

Tem estado em grande destaque, é uma das principais favoritas mas tem que descartar as adversárias antes dos metros finais, caso contrário tem desvantagem no sprint, como se verificou em várias corridas este ano.
Lucinda Brand, praticamente só apareceu na segunda metade da temporada, claramente com um objectivo, a camisola do arco-íris.

A atleta holandesa de 31 anos tem dominado as últimas corridas da temporada, domínio só interrompido por uma queda que sofreu no DVV Trofee.
Sanne Cant é a única atleta belga entre as favoritas, embora na presente temporada não tenha dado tanto nas vistas como as três que referimos acima, Sanne Cant tem sido top 10, top 5 em muitas corridas.

Desempenho da temporada à parte, Sanne Cant é a actual Campeã do Mundo, título que venceu nos últimos 3 anos consecutivamente, o que basta para estar entre as candidatas.
Start list Elites femininas
Pos. | Nome (País) |
---|---|
1 | Sanne Cant (Bélgica) |
2 | Ellen van Loy ( Bélgica ) |
3 | Laura Verdonschot ( Bélgica ) |
4 | Yara Kastelijn (Países Baixos) |
5 | Ceylin del Carmen Alvarado ( Países Baixos ) |
6 | Annemarie Worst ( Países Baixos ) |
7 | Lucinda Brand ( Países Baixos ) |
8 | Geerte Hoeke ( Países Baixos ) |
9 | Maud Kaptheijns ( Países Baixos ) |
10 | Clara Honsinger (EUA) |
11 | Katherine Compton ( EUA ) |
12 | Rebecca Fahringer ( EUA ) |
13 | Evie Richards (Inglaterra) |
14 | Bethany Crumpton ( Inglaterra ) |
15 | Pavla Havlikova (R.Checa) |
16 | Katerina Nash ( R.Checa ) |
17 | Nikola Bajgerova ( R.Checa ) |
18 | Lucia Gonzalez Blanco (Espanha) |
19 | Aida Nuno Palacio ( Espanha ) |
20 | Paula Diaz Lopez ( Espanha ) |
21 | Eva Lechner (Itália) |
22 | Alice Maria Arzuffi ( Itália ) |
S 23 | Rebecca Gariboldi ( Itália ) |
S 24 | Silvia Persico ( Itália ) |
S 25 | Alessia Bulleri ( Itália ) |
26 | Zina Barhoumi (Suíça) |
27 | Caroline Mani (França) |
28 | Marlene Petit ( França ) |
29 | Perrine Clauzel ( França ) |
30 | Zuzanna Krzystala (Polónia) |
31 | Barbara Borowiecka ( Polónia ) |
32 | Christine Majerus (Luxemburgo) |
33 | Elisabeth Brandau (Alemanha) |
34 | Maghalie Rochette (Canadá) |
35 | Jennifer Jackson ( Canadá ) |
36 | Nadja Heigl (Áustria) |
37 | Aya Akamatsu (Japão) |
38 | Mari-liis Mottus (Estónia) |
Transmissão
As provas de elite feminina e masculina serão transmitidas pela Eurosport Portugal, com comentários de Paulo Martins e Luís Beltrão, nos seguintes dias e horários:
Sábado 1 de Fevereiro: 13:55 – Prova de Elite Feminina na Eurosport 2
Domingo 2 de Fevereiro: 13:55 – Prova de Elite Masculina na Eurosport 2
Espero por ti este fim de semana na Eurosport 2.
Por: Luís Beltrão
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