TopCycling conta os pormenores da conquista da Volta a Rodes na estreia de António Morgado pela Hagens Berman Axeon.
A 17ª edição da Volta a Rodes, na Grécia, fica para a história como o primeiro ponto de um conto que tem tudo para ser bonito. O futuro o dirá, mas o presente é animador já que António Morgado assinalou a estreia pela Hagens Berman Axeon vencendo a classificação geral.
O corredor de 19 anos iniciou o último dia em Rodes na 7ª posição da geral a 10” do dinamarquês Christian Lindquist – líder desde a 1ª etapa. A Volta foi marcada por dias chuvosos que obrigaram ao cancelamento do prólogo tipo cronoescalada logo na abertura. Talvez essa tenha sido a chave para termos tido uma batalha ao segundo pela vitória final.
“[O prólogo] era mais a favor do que contra. A corrida era muito para dinamarqueses e noruegueses, ritmo alto, pelotão sempre enfilado, rolar, vento, sprints bonificados. Não é uma prova para trepadores e é mais para sprinters que passam bem topos, só que no último dia a Voralberg agarrou naquilo e pronto… numa subida de 3km a 8 por cento porque não havia montanhas. A Voralberg foi incrível, nunca tinha visto nada assim, o ritmo foi sempre alto.”
Costuma dizer-se que é nas derrotas que mais se aprende, mas a ganhar também é preciso ter em conta o contexto. António Morgado chegou bem à Grécia, mas no início da Volta a Rodes a coisa torceu-se.
“Não conseguia comer nem durante o dia nem durante as etapas, na corrida foi complicado porque me dava certa fraqueza no final do dia. Foi aguentar ao máximo com a cabeça porque nunca tinha apanhado adversários tão complicados. A seguir à primeira etapa não tinha esperança nenhuma de poder ganhar. As sensações eram horríveis. Não conseguir comer conta muito nas corridas, mas correu tudo bem felizmente. No último dia já consegui meter alguns hidratos e proteína pela manhã.”
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Campeão por dois segundos
O último dia da Volta a Rodes teve 151km e várias subidas antes de entrarem num circuito para os últimos 64km. O ciclista da Axeon começou cedo a virar a classificação bonificando 2” numa meta-volante. Depois foi aguentar a seleção dos melhores e no final ter pernas para fazer 2º atrás do cipriota Andreas Miltiadis – 26 anos, Elite Cycling do Chipre, passou pela Kiwi-Atlantico que tem sede em Vigo, mas licença polaca.
A bonificação de 6” na meta permitiu a António Morgado dair da Volta a Rodes campeão por dois segundos numa prova de categoria 2.2 da UCI. Só faltou na meta o beijo do pai João e da mãe Maria Tomás, presença assídua nas provas do Bigode Voador, mas que não estiveram na Grécia.
O menino que em cadetes representou o GDM-Alexandre Ruas, escola de Alenquer, depois passou pela Ecosprint e pela Bairrada – tal como o amigo João Almeida – tem um futuro brilhante pela frente.
As últimas oito provas por etapas de António Morgado (via FirstCycling):
- 1º Grande Prémio do Minho (JR)
- 1º Ruta do Albariño (JR)
- 1º Volta ao Besaya (JR)
- 1º Volta a Valladolid (JR)
- 1º Volta a Ribera Del Duero (JR)
- 1º Volta a Portugal (JR)
- 1º Giro di Lunigiana (JR)
- 1º Volta a Rodes
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