Trek Checkpoint SL 6 | Teste

Trek Checkpoint SL 6 | Teste

É bom quando as marcas fazem um projecto de raíz, com toda uma equipa formada para construir algo completamente novo, foi o que a marca americana fez para construir a nova Trek Checkpoint, a segunda geração deste modelo foi totalmente redesenhada com o objectivo de ser uma Gravel melhor e de acordo com as tendências actuais do Gravel.

Verdade seja dita, a Trek conseguiu fazer uma bicicleta nova, melhor e mais completa que a geração anterior da checkpoint, mas sem perder a identidade da marca e do modelo.

Vídeo do teste

Preparada para tudo

Esta é seguramente uma das bicicletas mais preparadas para fazer bikepacking do momento, a Trek apetrechou a bicicleta de pontos de fixação para bagagem e acessórios por todo o quadro, além disso ainda pensou na adaptabilidade entre tudo isto, e de forma integrada.

É maravilhoso ver bicicletas bem pensadas.

Bikepacking integrado

O compartimento de armazenamento no quadro não é uma novidade mas é bem vindo neste modelo, é daquelas inovações que depois de terem surgido no mundo das bicicletas nos perguntamos: como é que ninguém pensou nisto antes?

Na utilização do dia a dia, evita a utilização de uma bolsa de ferramenta pendurada no quadro ou selim, algo que é necessário, mas esteticamente desagradável.

Há espaço suficiente no interior para uma bolsa de ferramentas com compartimentos para cartucho de CO2 ou bomba, desmontas e remendos. Sobrando espaço para a câmera de ar noutra zona, e diretamente conectado à parte inferior da tampa também há um suporte para encaixar uma mini-ferramenta Bontrager.

Tudo descrito assim parece que é um espaço enorme, e embora não seja pequeno, revela-se algo apertado na hora de querer acomodar tudo.

O quadro foi preparado para receber bolsas da própria marca, sem recurso a velcro, mas sim através de pontos de fixação com recurso a parafusos, uma integração que além de ser esteticamente mais apelativa tem várias vantagens:

  • Bolsas não danificam ou deixam riscos no quadro
  • As fitas de fixação (existentes noutras bolsas) roçam nas pernas

Neste capítulo do “bikepacking integrado” falo ainda da integração da cabelagem, uma solução que surge nas bicicletas de estrada com o argumento de conferir melhor aerodinâmica, mas que neste caso (quando falamos de uma bicicleta de Gravel) facilita bastante a colocação de bolsas de transporte de bagagem no guiador.

Além disso, na hora de mexer no avanço ou guiador caso o utilizador queira trocar algum destes componentes, ou em caso de haver uma deslocação na qual tem que se colocar a bicicleta numa mala de transporte, este tipo de integração não impede um utilizador normal de o fazer.

Como dizia, uma bicicleta que foi bem pensada.

A integração da cabelagem e transmissão electrónica permitem ter um cockpit bastante “clean”, e embora os poisa mãos do SRAM Rival não sejam o expoente máximo do conforto, são suficientemente confortáveis para encarar longas jornadas de pedal.

Os vários pontos de fixação distribuídos pelo quadro, não servem só para colocar grades de bidom e bolsas, como ainda facilitam a “afinação” da posição de tudo isto para que tudo encaixe na hora de carregar a bicicleta para uma aventura de vários dias.

No quadro da Checkpoint além de bolsas e guarda lamas é possível montar bidons de água em vários pontos do quadro (três dentro do triângulo principal, um na parte inferior do quadro junto ao bloco pedaleiro e ainda na lateral da forqueta).

Sistema isospeed

Esta tecnologia da Trek não é uma novidade, é aplicada em vários modelos da marca e neste modelo faz todo o sentido.

O IsoSpeed separa o tubo do selim do tubo superior, permitindo ao tubo do selim flexionar de acordo com as forças do terreno e também de certa forma fazer um isolamento das vibrações que advém das escoras, aumentando o conforto do ciclista. (Esta é a teoria).

Na prática o que senti é que a bicicleta é bastante confortável, se é do Isospeed não sei, provavelmente sim.

Transmissão e travagem

Esta transmissão SRAM Rival ETap AXS foi uma agradável surpresa, durante o tempo de utilização revelou-se sempre muito afinada, sem falhas mesmo em condições de baixa lubrificação. Após várias horas de utilização e cerca de 450 km’s nunca necessitou de carregamento, uma maravilha.

Esta transmissão de 12 velocidades vem montada com um prato de 40 dentes e uma cassete 10-44, cassete específica de gravel da SRAM, o grupo XPLR.

Realçar que estas 12 velocidades são verdadeiras e não “disfarçadas”, ou seja, este cubo “XDR” permite montar uma cassete de 12 velocidades, na qual o carreto pequeno tem 10 dentes (e não 11), sendo este o carreto que faz a diferença na hora de tirar partido do prato com 40 dentes a rolar, pois permite velocidades na ordem dos 50 km/h, algo que não aconteceria com 11 dentes.

Existem no mercado bicicletas com 12 velocidades que não têm o cubo XDR montado e por isso não têm o mesmo desempenho a rolar ou em descida.

Nada a apontar também à travagem do grupo SRAM Rival, embora não carregasse completamente a bicicleta com todas as bolsas para bikepacking, os discos de 160mm. são suficientes para parar a Checkpoint, mesmo quando esta vai bem embalada.

Realçar que os discos de 160mm. são a medida máxima suportada neste modelo.

Existe uma chaveta removível no eixo passante, que é uma chave para desmontar o eixo, algo que é prático em caso de necessidade de desmontagem da roda, permitindo fazê-lo sem recorrer à bolsa de ferramenta ou outra multi-tool.

Rodas e pneus

Uma discussão habitual entre os praticantes de Gravel são os pneus. Seguindo as tendências actuais a nova Trek Checkpoint suporta até 45mm. de largura de pneu com umas rodas 700c montadas, bem como uns 2.1 se optarmos por ter umas rodas 650b (27,5).

De série veem montados os Bontrager GR1 Team Issue de 40mm. que estiveram à altura do conjunto, mesmo em terrenos mais acidentados. Durante os quilómetros de teste, zero furos.

Na minha opinião este conjunto merece umas rodas melhores, mas isso já faria disparar o preço da SL6 ETap. As Bontrager Paradigm Comp 25 não são más, mas tendo em conta o potêncial do conjunto, umas rodas em carbono deixariam esta bicicleta sem nada a apontar.

Em dandamento

A Trek Checkpoint revela-se muito suave logo no primeiro contacto, ficamos “em casa” ao fim de 20 quilómetros pedalados e isso é muito bom sinal.

O aumento da distância entre eixos tornou-a muito estável a descer, e o facto de terem colocado o avanço mais curto manteve a posição do ciclista confortável.

Conclusões

É uma das Gravel mais completas do momento. Perfeita para bikepacking, confortável, mas também divertida e rápida.

Tem integração, mas sem limitar o utilizador nas suas escolhas de acessórios, e de uma forma “descomplicada” para quem quer mexer na bicicleta mas não tem uma oficina em casa.

Preços

No caso específico do modelo testado, a Checkpoint SL 6 Etap, é uma bicicleta com um preço equilibrado para o que oferece (4.099,00€), considerando que já tem transmissão electrónica.

A Trek oferece na gama Checkpoint vários patamares de preços, dando bastante escolha ao utilizador que eventualmente não possa despender de valores mais altos para adquirir o modelo.

Podes ver AQUI a gama completa da nova Trek Checkpoint, que inclui versões em alumínio e ainda as versões SLR (topo de gama), mais leves e direccionadas à competição.

Por: Luís Beltrão

Fotografia: Paula Ferreira

Vídeo e edição vídeo: Luís Beltrão

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