Depois de uma boa temporada na estrada, com a vitória em Brabantse Pijl (Bélgica), o segundo lugar na Amstel Gold Race (Países Baixos), o terceiro em Kuurne-Bruxelas-Kuurne (Bélgica), o quinto posto na Strade Bianche (Itália), os sextos lugares no Mundial e na Fleche Wallonne (Bélgica), Tom Pidcock sagrou-se ainda campeão olímpico de BTT.
Apesar de ter começado no ciclocrosse há cerca de cinco anos, apenas como forma de divertimento, Pidcock luta agora pelo título mundial (já tendo sido vice-campeão do mundo na categoria Elite). O ciclista britânico, revelou que tudo começou em Zolder (Circuito Zolder, Bélgica), no Campeonato do Mundo de Ciclocrosse em 2016, ainda como júnior.
“Naquela época, eu só conhecia Sven Nys. Não fazia ideia de quem eram Mathieu van der Poel e Wout van Aert. Mas em apenas dois dias, foram 100 mil adeptos a apoiar. Foi com muito entusiasmo e barulho que os fãs belgas reagiram à vitória de um belga”,
referindo-se a Wout Van Aert.
Tom Pidcock protagonizou muitos duelos com Eli Iserbyt (nas categorias Junior e Sub-23) , mas foi em 2020 em Gavere (Bélgica) no troféu Superprestige que derrotou Van der Poel.
“Presumi que ele tinha um furo”, recordou o ciclista britânico. “Mathieu cometeu muitos erros, mas descobri que o tinha vencido por mérito próprio. Ele não ficou propriamente feliz por perder comigo, mas a sua rivalidade com Wout era maior e então deu-me os parabéns. Foi essa a minha primeira vitória real, a primeira que realmente importou.”
Travessia intensa
Pidcock considera que a travessia que o espera é intensa, e desafiado a falar sobre a concorrência, adiantou que não vê muito os seus dois grandes rivais, mas que por vezes está em contacto com eles.
“Com Mathieu joguei Fortnite algumas vezes e também converso com ele sobre carros”. Quanto a Wout, “gosto de conversar com ele quando o vejo após as cerimónias de pódio.
“…há uma diferença entre os dois. Mathieu só fica feliz quando vence, enquanto Wout tem melhor noção dos seus dias bons e menos bons. Às vezes ele parece um pouco cansado, mas consegue vencer, exceto no Mundial deste ano. Mas ambos são muito fortes e explosivos. Wout sobe melhor que o Mathieu, mas eles podem vencer sprints e clássicas. Eu também posso fazer isso, mas ainda não sou tão forte ou tão rápido no final.”
É nesta desvantagem sua que Pidcock vê mais uma razão para voltar ao Ciclocrosse neste inverno.
“No ciclocrosse vamos até ao limite desde o início, mas se estamos num dia mau, nem tempo temos para atingir o nosso melhor rendimento.”
O ciclista britânico argumenta ainda que,
“… é também impossível imitar uma prova de ciclocrosse em treino, uma vez que nunca atingimos o mesmo nível de esforço.”
Reforçando ainda esta ideia, Pidcock faz uma alusão às lesões ou dificuldades físicas sentidas, considerando que, numa prova a resistência à dor é normalmente superior aquela suportada em treino e destaca o importante papel da adrenalina, pois, “esta é tanto maior quanto mais rápido somos a pedalar”. “É tudo muito intenso”, finalizou.
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