Richie Porte – a despedida de um ciclista a quem ficou a faltar a conquista de uma grande volta
Richie Porte, acaba de despedir-se do pelotão internacional.
O ciclista australiano decidiu, aos 37 anos, dar por encerrada a sua carreira enquanto ciclista profissional.
A sua despedida merecia mais destaque, ou melhor, o seu currículo merecia outro tipo de despedida.
Tudo indicava, como o próprio decidiu, a despedida acontecer na Volta à Grã-Bretanha, no entanto, em vésperas da 5.ª etapa, a prova foi cancelada, no seguimento da morte da Rainha Isabel II e das respetivas cerimónias fúnebres. Tal situação, impediu a despedia de Richie nas estradas, junto dos amantes do ciclismo que o viram pedalar durante vários anos, de uma carreira que não está ao acesso de todos.
Richie reagiu de forma algo emocionada, quando na passada terça-feira, assumiu a despedida, através das redes sociais.
“Não fazia ideia na altura, mas esta seria a última vez que iria assinar [o ‘livro de ponto’] antes de uma etapa como ciclista profissional. É o fim de um capítulo de 13 anos na minha vida, com algumas das memórias mais incríveis”.
Pódio no Tour de França em 2020 foi um dos pontos altos da carreira
Entre vários pontos de destaque na sua carreira, um dos pontos mais altos surgiu já numa fase adiantada, mais precisamente, em 2020, quando subiu ao pódio do Tour de France, numa época em que vestiu as cores da Trek-Segafredo, antes de rumar à INEOS, formação onde permaneceu até este ponto, em que decidiu parar.
Richie tornou-se no segundo ciclista australiano a terminar no pódio da mítica prova francesa.
Em 13 anos como ciclista há várias conquistas a destacar, tais como:
– Paris-Nice (2013 e 2015)
– Volta à Catalunha (2015),
– Volta à Romandia (2017)
– Tour Down Under (2017 e 2020)
– Volta à Suíça (2018)
– Critérium du Dauphiné (2021)
Ficou a faltar a conquista de uma grande volta
A Richie Porte, ao longo da sua assinalável carreira ficou a faltar a conquista de uma grande volta.
Todos os amantes e seguidores de ciclismo o reconhecem e ele próprio deve ter essa noção. É o marco que lhe faltou conquistar, numa carreira que o merecia. Faltou o alinhamento de vários fatores, para que tal se protagonizasse. No entanto, nada disso apaga o valioso currículo que Richie construiu ao longo de 13 anos.
Feliz em Portugal
Além de todos estes importantes feitos, Richie Porte também foi feliz em Portugal ao vencer a Volta ao Algarve 2012, num ano em que representava a Sky, tendo assim o público nacional a oportunidade de ver o ciclista australiano pedalar ao mais alto nível.
Despedida com alusão a Forrest Gump
Foram 13 anos de grandes momentos, divididos entre a Saxo Bank (2010), a Sky (2012-2015), a BMC (2016-2018), a Trek-Segafredo (2019-2020), chegando à INEOS, naquele que se pode considerar um regresso (a INEOS sucedeu à Sky em 2019), formação que marcou o final do seu percurso enquanto profissional.
No momento do ponto final como profissional, Richie aludiu ao conhecido filme Forrest Gump, reforçando a ideia que chegou a hora de parar e voltar a casa.
“Estou muito cansado. Acho que vou para casa agora”.
O ciclista australiano não deixou de agradecer a todos os que decidiram deixar-lhe várias mensagens de despedida, ao longo das últimas semanas.
“Agradeço todas as mensagens e o apoio na estrada durante a Volta à Grã-Bretanha. Estou preparadíssimo para desfrutar do novo capítulo, mas que brilhante viagem foi esta. Como disse Forrest Gump, ‘Estou muito cansado. Acho que vou para casa agora’,”.
Richie Porte
Tudo aponta que o futuro de Richie Porte continue a passar pelo mundo do ciclismo e pela INEOS, mas agora noutras funções, situação a clarificar nas próximas semanas.
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