A versão mais espetacular de Jonas Vingegaard anda à solta na Galiza. Segunda vitória em dois dias e geral no bolso.
Ao terceiro dia de competição, mas apenas o segundo onde se disputa a geral depois da neutralização da etapa inaugural, a Visma pode respirar fundo.
Jonas Vingegaard, bicampeão do Tour de France, começou a época fortíssimo tal como tinha terminado a anterior. Na Galiza já leva duas vitórias e ainda nem sequer se disputou a etapa rainha que terá final em alto.
O pelotão está repleto de talento, mas a imagem que fica é de peregrinos a caminho do Monte Aloia, onde termina a prova no domingo.
Se uns se sentem aliviados ao ver a catedral de Santiago de Compostela, os outros respirarão fundo no Monte Aloia depois de Vingegaard os ter posto a correr para segundo.

Jonas Vingegaard deu um recital de ciclismo de ataque
O terceiro dia de prova visitou a província de Ourense. Pudemos seguir o curso do rio Minho, ver as termas e sonhar com os saltos que se davam entre os dois lados da fronteira, entre Chaves e Verin.
A partida foi em Xinzo de Limia, a meia hora de carro de Montalegre, terra do grande Acácio da Silva. Foram 173 km que tinham tudo para que a jornada se decidisse num sprint em grupo reduzido ou numa fuga.
Os fugitivos bem tentaram, Joaquim Silva (Efapel) andou na frente, mas o dinamarquês da Visma tinha outros planos.
Como se quisesse provar que também pode ser um herói do povo como Tadej Pogacar, o mais reservado Jonas Vingegaard deu um recital de ciclismo de ataque e meteu mais meio minuto aos rivais diretos.
Ficam alguns dados sobre a carreira de Jonas Vingegaard: das 29 vitórias que tem, 14 foram obtidas a solo; parece ainda querer dar sequência ao que fez em 2023, já que sempre que liderou uma corrida acabou por vencer a geral (aconteceu no Tour de France, no Dauphiné, na Volta ao País Basco e no Gran Camiño).