Vários sites de referência e inclusive algumas lojas on-line mostram já o próximo grupo 1×12 da Sram para bicicletas de montanha, o SX Eagle.
Não existe ainda qualquer informação no site da Sram, mas tendo em conta que está já disponível (com preços inclusive) em sites como este, quer isto dizer que o novo grupo já foi lançado, ou não?
“disponível em 6 semanas” é o que podemos retirar da nossa análise destes sites.
Seguindo a interessante estratégia utilizada pela marca nos seus recentes lançamentos dos grupos wireless AXS, o novo kit aparece já em múltiplas lojas online com preços e prazo de disponibilidade, o que nos leva a acreditar que estará para “rebentar” a sua divulgação “oficial”.
Pelo que parece a Sram está focada em disponibilizar o sistema Eagle 1X12 a todos os utilizadores nos diversos pontos de preço visto que o novo SX será colocado abaixo do atual NX.
Se é verdade que este é um novo grupo, apenas o desviador, pedaleiro e manípulo serão novos – A cassete 50-11 e corrente serão reutilizadas do atual grupo NX.
Ano após ano a Sram tem vindo a alargar a oferta da tecnologia Eagle, equiparando-a em termos de preços a outras gamas do principal concorrente. Neste sentido, o SX parece ser um novo concorrrente à gama Deore da Shimano, com foco no preço.
Como é que começou isto das 12 velocidades? Vamos recapitular:
Há uns anos atrás, a SRAM decidiu evoluir o seu topo de gama XX1 de 11 velocidades e tudo mudou num instante.
O XX1 de 11 velocidades foi primeiro verdadeiro grupo 1x , sem opções 2 ou 3x e com com uma cassete 10-42D, ofereceu na altura um rácio de 420% que era revolucionário tendo em conta que abdicava de mudanças na frente.
Isto foi conseguido em grande medida graças ao cepo XD que permitiu pela primeira vez cassetes com apenas 10 dentes na sua velocidade final em vez dos 11 dentes permitidos pelos sistemas até então utilizados.
A pequena diferença de um dente representava mais 10% ao rácio da cassete. Esta pequena grande diferença permitia em teoria usar um prato menor na frente, sem perder velocidade a rolar.
A Sram rapidamente tratou de democratizar esta tecnologia, mas era claro que seria necessário subir a parada já que o limite de entrada nos grupos mais acessíveis estava no custo do novo cepo e cassetes XD e com 11 velocidades, utilizar uma cassete e cepo standard simplesmente não eram opção em termos de rácio (um 11-42 teria apenas 382%).
Rapidamente surgiu o XX1 Eagle 1×12 com um impacto ainda mais profundo no mercado.
Aquando do lançamento da primeira onda de sistemas 1x, a Sram já sabia que a limitação dos seus grupos de entrada de gama era o rácio.
Era utilizável por atletas mas ao descer ao utilizador comum, a escolha de andamentos significava escolher entre ter mudanças mais leves para subir sem problemas ou ter velocidade de ponta.
Ao ser lançado, o XX1 Eagle com cassete 10-50 trouxe consigo um incrível rácio de 500% com um comportamento muito mais refinado mas mais importante que isso, permitiu que os grupos mais acessíveis tivessem pela primeira vez rácios verdadeiramente utilizáveis fora do circuito de competição.
Nos dias de hoje, não tendo em conta a nova variante AXS wireless , a Sram conta com três grupos XX1, X01 e GX com os rácios de 500% utilizando cepos e cassetes XD (e existem agora muitas mais opções em variados pontos de preço no que toca a cubos compatíveis com estas tecnologias).
Abaixo destes grupos tínhamos até agora apenas a opção NX Eagle, que abdicando da tecnologia XD utiliza uma cassete 11-50 compatível com os cepos HG que têm sido o standard da indústria com um rácio de “apenas” 455%.
O novo grupo SX da Sram vem assim reforçar a aposta da marca numa área onde a shimano até muito recentemente não tinha qualquer concorrência.
A partir de agora, com os grupos SX e NX podemos dizer que os sistemas 1X12 estarão disponíveis a todos, mesmo nas gamas mais acessíveis.
Isto leva-nos a uma espera muito interessante pela resposta do gigante japonês e é de esperar que nesta altura existam já (como habitual) múltiplos grupos em desenvolvimento para reequilibrar a batalha pelo mercado.
Uma coisa é certa, os consumidores já estão a ganhar já que nunca nos últimos anos assistimos a tal ritmo de inovação.