Corre-se no próximo domingo (21), o quarto Monumento de 2024, a Liège-Bastogne-Liège. Com corridas masculina e feminina a disputar no mesmo dia, a Velha Senhora promete sempre espetáculo e muitas durezas para ultrapassar, quer na estrada, quer com tempo que se tem feito sentir na Bélgica.
Corrida feminina
A Liège-Bastogne-Liège feminina vai para a edição número 8 e, apesar de a distância a percorrer ser quase metade da da corrida masculina, esta é uma das provas de um dia mais duras e espetaculares do ano. Para além das dificuldades do percurso, o tempo frio e ventoso, dificulta ainda mais a vida às ciclistas.
Na recente história desta corrida e em sete edições, três ciclistas já conseguiram fazer a dobradinha. Anna van der Breggen venceu as duas primeiras, van Vleuten ganhou em 2019 e 2022 e Vollering que venceu em 2021 e na edição do ano passado. A ciclista neerlandesa tem este ano a oportunidade de vencer este monumento pela terceira vez.

Percurso
A corrida feminina começa mais uma vez em Bastogne e segue para norte até Liège, tendo no percurso de 153 quilómetros, nove das famosas subidas das Ardenas, mais uma do que na corrida do ano passado. Com uma primeira parte da corrida mais acessível, é na segunda metade que se concentra toda a ação, com oito subidas nos últimos 80 km.
São elas a Côte de Wanne, a Côte de Stockeu, a Côte de la Haute-Levée, o Col du Rosier, a Côte de Desnié, a Côte de La Redoute, a Côte des Forges e, finalmente, a Côte de la Roche-aux-Faucons. Depois de uma curta descida até Liège, a etapa termina em plano até à meta.
Percurso feminino

Favoritas
Demi Vollering dominou a época de clássicas em 2023, vencendo também as três provas das Ardenas. Apesar de ainda não ter encontrado a forma do ano passado, a ciclista da Team SD Worx – Protime é uma das favoritas e pode ter na possibilidade de alcançar a primeira vitória do ano, a motivação ideal.
Lotte Kopecky, sua colega de equipa é também uma das favoritas à corrida. Já com 4 vitórias em 2024, a campeã do mundo é sempre letal em provas de um dia e estará na discussão da corrida.
A dupla da Lidl-Trek, Elisa Longo Borghini e Shirin van Anrooij já mostraram que são duas ciclistas que trabalham muito bem juntas, como se viu na vitória da última Volta à Flandres. Borghini está num grande momento de forma e é um dos grandes nomes desta prova.

Kasia Niewiadoma, conseguiu na passada quarta feira acabar com um interregno de 5 anos sem vencer na estrada, com a vitória na Flèche Wallone. A Campeã do Mundo de gravel mostrou que está em grande forma e consegue suportar duras subidas mesmo com condições climatéricas adversas.
Além das ciclistas acima mencionadas, não podemos ignorar a presença de outras corredoras que já mostraram estar em forma esta época, como a britânica Pfeiffer Georgi e a italiana Marta Cavalli. Ambas têm mostrado grande promessa em corridas de um dia e vão querer bater-se com as grandes equipas do pelotão feminino.
Juliette Labous, Veronica Ewers, Évita Muzic, Cecilie Uttrup Ludwig são também nomes a ter em conta e deverão estar nos lugares cimeiros a competir pela vitória.

Corrida masculina
Enquanto que a corrida feminina tem uma história muito recente, com a primeira edição a ir para a estrada em 2017, na edição masculina a história é outra, já que a primeira edição da Liège-Bastogne-Liège se correu em 1892.
Isto faz da La Doyenne o Monumento mais antigo e uma das provas com mais edições disputadas do calendário internacional, com 109 edições.
O confronto entre Van der Poel e Pogačar é um dos mais esperados do ano e aumenta ainda mais o interesse nesta prova que tem em Eddy Merckx o recordista de vitórias com 5.

Percurso
Os ciclistas do pelotão masculino vão ter 260 quilómetros para percorrer com uma primeira parte mais acessível. Depois da chegada a Bastogne o percurso começa a complicar-se com a chegada das subidas quando os ciclistas voltam a Liège.
As subidas, curtas mas duras, continuam à medida que o pelotão se aproxima da meta e vão-se sucedendo. Os ciclistas enfrentam o Côte de Desnié, uma subida de 1,6 quilómetros com uma inclinação de 9,4% a 34 quilómetros da meta.
Depois, terão de enfrentar o Côte de la Redoute, onde Evenepoel, ausente por lesão, fez os seus ataques para a vitória nas duas últimas edições.
Segue-se o Côte des Forges (1,3 km a 7,8%) antes dos ciclistas enfrentarem a última subida do dia, o Côte de la Roche-aux-Faucons, uma subida brutal de 1,3 km com 11% de pendente.

Favoritos
Foi na Liège-Bastogne-Liège do ano passado que Tadej Pogačar se lesionou e viu a sua preparação para o Tour estragada. A duas semanas do Giro, a forma do ciclista esloveno estará já quase no ponto e quererá terminar a sua campanha de clássicas em grande com uma segunda vitória na La Doyenne.
Apesar de terem estado um pouco abaixo do esperado na Amstel Gold Race, Mathieu van der Poel e a Alpecin-Deceuninck vão querer estar dentro da corrida para dar a Van der Poel um Monumento que nunca venceu.
Apesar de o percurso não se adaptar propriamente às características do Campeão do Mundo, será interessante ver como o seu poderio se vai comportar nas duras subidas da Liège-Bastogne-Liège.

Apesar de vencer poucas vezes, Thomas Pidcock parece escolher as suas vitórias a dedo e só ganha em grandes provas. Vindo de uma grande vitória na Amstel Gold Race, o ciclista da INEOS Grenadiers vai querer aproveitar a grande forma para vencer o seu primeiro Monumento.
Ciclistas como Richard Carapaz, Mattia Skjelmose, Ben Healy ou Stevie Williams, terão também eles uma palavra a dizer e escrever o seu nome na 110ª. edição da Liège-Bastogne-Liège.
Portugal vai estar representado na La Doyenne por João Almeida, vencedor desta prova em 2018 na categoria de sub-23.

A Liège-Bastogne-Liège vai para a estrada no domingo, 21 de abril e será transmitida em direto, no Eurosport 1, a partir das 11:30h. A prova feminina é transmitida a seguir, a partir das 15:55h.
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