Giro – Verbier é difícil… o pior vem depois

Giro – Verbier é difícil… o pior vem depois

Na 13ª etapa do Giro de Itália Alberto Contador analisa Verbier e antecipamos a Croix de Coeur. Curiosidades e uma declaração de amor aos São Bernardo.

“Ti amo” é um espaço de amor à cultura italiana e ao Giro. É também uma música de Umberto Tozzi. Proponho 21 histórias para 21 etapas.

A 13ª etapa do Giro de Itália não se realiza numa sexta-feira, mas teve azar com o clima. De uma jornada de alta montanha originalmente prevista – 199km e 5100m de acumulado – a organização teve que reduzir o dia a 74,6km mantendo as duas últimas subidas a Croix de Coeur e Cras Montana.

Ficamos sem o Gran San Bernardo, mas salvou-se a escalada até Verbier, uma estância invernal na Suíça que é meta habitual na volta local e marcou o Tour de France em 2009. Nesse Tour o Pistolero corria com Lance Armstrong e o ambiente era e cortar à faca.

“Nesse dia dei um golpe de autoridade importante, distanciei a maioria dos adversários e era complicado com o terreno que havia pela frente e as sensações que tinha que me pudessem tirar a liderança… salvo um mau dia. A subida a Verbier é curiosa. Fui vê-la e o meu mecânico [Faustino Muñoz] disse ‘isto não é duro, sobe-se bem porque vens embalado das curvas onde ganhas velocidade’. Não tem percentagens muito altas, mas é muito constante, boa estrada e asfalto. Arranquei e quando levava 1km disse ‘Alberto arrancaste a 6km da meta’… Na televisão parece que vou a voar, mas levava as pernas a rebentar de ácido lático, que necessidade de atacar tão cedo?!”

Alberto Contador ao programa La Montonera (Eurosport Espanha) na antevisão da etapa.

Mais inclinada que o Monte Bondone e mais extensa que o Monte Lussari

Como diz Contador, a subida até Verbier é difícil… o pior vem depois com o bónus de continuarem a subir para Croix de Coeur: sempre a 9-11% até superarem 2100m de altitude.

Até há pouco tempo os últimos 2km eram em terra, mas foram asfaltados. A zona é tão boa que podíamos no dia seguinte fazer o sentido inverso (da Suíça para a Itália) via Croix de Coeur e ter uma etapa magnífica porque a vertente helvética via La Tzoumaz tem 22km e 1700m de desnível.

Voltando à etapa de hoje, estamos perante a subida mais dura desta edição (sem ter em conta a distância à meta): 15,5km a 8,6% de inclinação média – mais inclinada que o Monte Bondone e mais extensa que o Monte Lussari. O Bondone será passado na 16ª etapa e Lussari no penúltimo dia.

O que muitos não sabem é que ainda é possível continuar a subir! Como? De mountain bike chegamos aos 2300m onde está o Col des Mines – o nome deve-se às minhas aqui estabelecidas por volta de 1800 e das quais se extraíam chumbo e prata. As reservas duraram 60 anos, mas os caminhos e túneis ficaram.

Créditos: LaPresse

A subida dos imperadores

O mau tempo tirou-nos o Gran San Bernardo – a sétima estrada asfaltada mais alta da Itália – que chega aos 2473m. Ainda se contemplou passar de Itália para a Suíça pelo túnel, mas os corredores consideraram a descida demasiado perigosa.

É curioso que mesmo que subissem até ao túnel perderiam a parte divertida do Gran San Bernardo, já que a partir daí quase não há trânsito e a paisagem é linda. Há algo de imponente em cruzar o mesmo passo de montanha que personagens históricos. Podíamos chamar-lhe a subida dos imperadores; aí estiveram Júlio César e Napoleão Bonaparte – o romano no ano 57 antes de Cristo e o francês em 1800.

Visitei esta zona há uns anos e apaixonei-me… por um São Bernardo. Foi na pacata Martigny, situada na base da montanha, durante uma visita ao museu que conta a história destes cães. Havia São Bernardos por todos os lados e das mais variadas idades, foi uma overdose de mimo a este cão conhecido pelos resgates nas montanhas.

Embora a existência do São Bernardo remonte ao século 18, não foi o cão a dar nome à subida, mas um missionário chamado Saint Bernard de Menthon, que abriu um sanatório no pico em 1010.

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