Desconfinar – 450 km’s. de Gravel Bikepacking em 2 dias por Portugal
Esta é uma história sobre como as bicicletas proporcionam novas experiências, novas amizades e nos levam a conhecer novos locais. Desconfinar de bicicleta fazendo bikepacking.
Se estás a ler e és ciclista, quantas vezes já te aconteceu estares a pedalar sozinho, encontrares outro ciclista desconhecido na mesma direção que tu e passares 2 horas de conversa com ele? Neste caso, em vez de 2 horas de conversa foram 2 dias e 450km’s. de bikepacking pela zona ribatejana e norte alentejana.
Já há muito tempo que andava com vontade de fazer uma pequena viagem em modo bikepacking, em 2019 quando estive na Eurobike (Alemanha) vi a quantidade de stands e marcas que havia só a vender equipamento e acessórios para se viajar de bicicleta (vídeo aqui), isso aguçou-me ainda mais a curiosidade sobre o tema, o que me levou a pesquisar mais.
A pandemia mudou-nos?
Na pesquisa sobre bikepacking, entre artigos escritos e vídeos, tudo me fascinou, talvez por estar numa fase diferente da vida comecei a olhar para a bicicleta de uma forma diferente.
Sempre adorei a vertente competitiva nas bicicletas, como amador fiz várias provas de BTT de um dia, por etapas, fiz provas de bicicleta de estrada (Granfondos), mas em 2020 chega a esta pandemia que virou o mundo do avesso (e em alguns aspetos faz-nos pensar se o avesso não será o lado certo).
Todo este isolamento da família, amigos e locais, despertou ainda mais a vontade de explorar, conhecer novos sítios, senti que a vida está a passar a uma velocidade alucinante e quis fazer coisas diferentes, para não passar uma vida a fazer o mesmo (neste caso provas e corridas).
As bicicletas são a uma paixão e a sua magia é que dão para tudo, desde competir, à manutenção da forma física, deslocação para o trabalho, passeio, lazer, convívio, diversão, coleção, enfim, para quase tudo.
E o que é o bikepacking?
Certamente já terão encontrado ciclistas na estrada com as bicicletas bem carregadas de bagagem a viajar, por norma essas pessoas utilizam bicicletas de “touring”. Estas são bicicletas com especificações próprias para se viajar, têm os quadros reforçados para poder carregar peso, estão preparadas para colocar suportes de bagagem em todo o sítio que possamos imaginar e a distância entre eixos é maior para oferecer mais estabilidade, entre outras especificações de equipamento.
O bikepacking é diferente, surge mais recentemente e pode ser feito com a bicicleta normal de Montanha, de Estrada, Gravel, Ciclocrosse, ou outra. Consiste em colocar alguns sacos e bolsas de viagem em locais que a nossa bicicleta permita, que normalmente são no meio do quadro, no topo do quadro, no guiador e espigão do selim.
…o bikepacking surge mais recentemente e pode ser feito com a bicicleta normal de montanha, de Estrada, Gravel, Ciclocrosse, ou outra…
A partir daqui, dependendo do percurso que cada um quer fazer, há bicicletas com vantagens e com limitações para cada tipo de percurso.
Nós utilizamos bicicleta de Gravel porque permite rolar bem em estrada de asfalto e em estrada de terra batida, permite andar por praticamente todo o tipo de terreno fora de estrada (com alguns cuidados em zonas de pedras e raízes maiores), e também estão pensadas para o bikepacking.
O início – Dois desconhecidos, uma aventura
No início de Março numa troca de mensagens despoletada por uma reação a um “story” de instagram do David Raquel (que eu nem conhecia pessoalmente), ele envia-me a típica frase de despedida, que depois acaba por nunca dar nada: “temos que combinar uma gravelada” (volta em bicicleta de Gravel). E foi assim que, como se costuma dizer, “se juntou a fome com a vontade de comer”.
Na nossa troca de mensagens expliquei-lhe que queria planear algo de 2/3 dias quando as regras sanitárias do país permitissem, ao que ele respondeu que tinha um track (percurso) maioritariamente fora de estrada de asfalto até Vila Velha de Ródão, que podíamos ir num dia e regressar no outro.
Já tinha ouvido falar de Vila Velha de Ròdão, mas sinceramente nem sabia bem onde era, fui ver no Google Maps e de carro eram cerca de 220km’s até lá. Ir num dia e regressar no outro, fora de asfalto, com a bicicleta carregada (pesada), com um gajo que não conhecia pessoalmente (vi uma vez no facebook que um dia tinha feito o trajeto de casa dele até à Torre na Serra da Estrela direto, mais de 300 km’s), pensei, tem tudo para “correr bem”, principalmente porque as minhas voltas de bicicleta ultimamente eram curtas.
Ir num dia e regressar no outro, fora de asfalto, de bicicleta carregada (pesada), com um gajo que não conhecia pessoalmente (vi uma vez no facebook que um dia tinha feito o trajeto de casa dele até à Torre na Serra da Estrela direto, mais de 300 km’s), pensei, tem tudo para “correr bem.”
Vila Velha de Ródão
A atração referencial do nosso destino são as Portas de Ródão, que surgem na passagem do rio Tejo por Vila Velha de Ródão, formando uma paisagem de exposição e beleza natural única. Segundo li, é uma zona de riqueza patrimonial e natural, destacando-se também pela biodiversidade de fauna e flora.
Nós fomos pela vista, pelo percurso, pela aventura e pela dor de pernas.
A viagem
Dia 1
O David marcou um local para pernoitarmos, não levámos tenda no nosso “setup de bikepacking” pelo que teríamos sempre que pernoitar em Vila Velha de Ródão. Tendo em conta a distância e o facto querermos parar em alguns sítios para comer, fotografar, contando também com problema mecânico que pudesse haver, optámos por partir de Loures pelas 6:00 (a minha alvorada em Sintra foi às 4:30). Vídeo no final.
De Loures ao Tejo pelo vale
Assim que começamos a pedalar pelo vale entre Loures e Sta. Iria, os sons e os cheiros do campo, as luzes da bicicleta a cortar o escuro da madrugada, e as luzes da cidade lá ao fundo apagam desde logo o esforço de ter levantado cedo para ir pedalar. É incrível como no meio de tanto entrelaçado de prédios existe um vale tão vasto, saímos do urbanismo e confusão da cidade em poucos minutos e através desse vale fizemos a ligação com o Rio Tejo.
Já seguindo o Tejo assistimos ao nascer do sol com o rio ao lado que, fomos seguindo num misto de caminhos rurais e ciclovias, é uma zona fantástica para se pedalar àquela hora.
Lezíria a Coruche
Passámos o Tejo em Vila Franca de Xira e fomos um direção a Coruche, caminho que fizemos maioritariamente entre os canais, arrozais e rio Sorraia a partir da zona de Benavente.
Este caminho pelos canais é magnífico, um belo percurso que o David arranjou. À hora que passámos nesta zona ainda se ouvia o chilrear matinal dos pássaros, que simplesmente contrastava com o barulho dos pneus na terra e com a visão dos canais, arrozais e rio. Vale a pena fazer o trajeto Lisboa-Coruche, nem que seja só para passar nesta zona e conhecer aquela bela vila do ribatejana.
Em Coruche parámos para o primeiro abastecimento, tínhamos cerca de 80 km’s. e 3h.40m. de pedal. Mandámos abaixo a bela sandes mista, seguida de um Pampilho (bolo da zona) acompanhado do primeiro “shot” de cafeína e das histórias das provas de 24 horas de BTT que lá fiz.
Montargil, Ponte de Sor e Nisa
Entre Coruche e Montargil fizemos um bom troço de asfalto. A albufeira e barragem de Montargil são uma zona espetacular, mas não parámos.
Depois de Montargil apanhámos a N2 até Ponte de Sor, onde depois de passar uma ponte pedestre bem bonita (aprece no vídeo ao min. 8:45) voltámos a deixar o asfalto, e de que maneira, o track apontava para uma subida arenosa e cheia de rasgos, foi a primeira vez que tivemos que empurrar a bicicleta a pé (nada mau tendo em conta que já tínhamos 150km’s. feitos).
O trajeto entre Ponte de Sor e Nisa foi sempre feito por caminhos rurais, com um misto de terra batida e areia, mas o que nos fez perder algum tempo foi a quantidade de portões de propriedades que fomos encontrando, tivemos sempre o cuidado de abrir e fechar pois muitos destes terrenos têm gado a pastar que pode fugir se o portão ficar aberto.
Foi uma espécie de 55km’s de ciclocrosse, só que as bicicletas pesavam cerca de 17kgs, e em vez de barreiras para saltar tínhamos alguns portões e vedações (não dava para fazer “Bunny hop”), mais uns belos riachos que passámos, alguns a pedalar, outros a pé (pela profundidade).
Depois de passar esta zona parámos em Cunheira, uma aldeia antes de Nisa. Tínhamos planeado parar em Nisa para comer, mas o desgaste já se notava e ao passar pelo “Forasteiro”, ver pessoas locais levou-nos a parar, comer, cumprimentar e ouvir algumas histórias da zona.
Entre histórias e curiosidade sobre o tipo de bicicletas que utilizamos, ainda fomos avisados sobre as subidas “malinas” pelas que ainda teríamos que passar até Vila Velha de Ródão.
O sol ia descendo e acabamos por chegar a Nisa já por volta das 18:00, com 207km’s “no lombo” e de pés encharcados, sabíamos que estávamos perto de Vila Velha de Ródão.
Depois de uma grande parte do trajeto completamente isolados e em plena natureza, chegando à Vila de Nisa encontramos movimento “e vida”, estranho mas muito agradável voltar a ver gente nas esplanadas, estabelecimentos abertos por onde passámos, é uma vila grande e bem bonita, vale a pena visitar.
Vila Velha de Ródão
De Nisa a Vilha Velha de Ródão faltavam cerca de 23 km’s., mas “o doce” estava guardado para o fim, a partir da zona de Vale Simão por estrada de terra, apanhámos um sobe e desce constante com aqueles topos curtos mas bem inclinados e muita pedra daquela afiada, mesmo a calhar quando já tínhamos 9 horas e mais de 200km’s em cima da bicicleta. Deu para apreciar a paisagem mas confesso que a atenção foi redobrada para os locais onde colocava a roda, com receio de cair ou de rasgar um pneu.
Ainda assim deu para apreciar o Tejo mesmo ali ao lado ao final da tarde, com a luz do sol poente, ainda apanhámos uns veados a galgar pelos penhascos acima e depois, o momento tão esperado, a passagem pela ponte de Vila Velha de Ródão, onde se impõe a vista do monumento natural das portas de Ródão.
Ficámos hospedados na Vila Portuguesa (quarto duplo por 55€, com direito a peq. almoço) onde fomos recebidos de uma forma muito hospitaleira, desde logo nos deixaram à vontade para colocar as bicicletas junto de nós no quarto quarto (o que nem sempre acontece), e dava jeito pois tínhamos lá toda a bagagem.
À chegada, antes quase de dizer olá ao senhor Vasco (dono do Vila Portguesa), tive a preocupação de beber logo um recuperador, pois embora este dia de pedal tivesse chegado ao fim sem “marretadas nem empenos”, já me preocupava o dia seguinte e enquanto tomamos duche, fazemos check-in no hotel, etc., o corpo está em desgaste e temos que nos tratar assim que paramos. Foram 10h.13m. de movimento, e 230km’s com 1850m. D+.
Jantámos no restaurante do mesmo dono, que se situa junto ao Rio Tejo e que também aconselhamos. Costuma-se dizer que com fome tudo sabe bem, não sei, o que sei é que o bife maturado que comemos estava divinal.
Depois de uma jornada como a nossa soube bem um quarto e cama confortáveis para passar a noite, em modo camping será melhor optar por fazer menos quilómetros por dia, caso contrário acredito que seja bem mais difícil arrancar no dia seguinte.
Track GPS do dia 1 AQUI
Dia 2
O pequeno almoço era servido a partir das 7:30, pelo que no segundo dia não madrugámos tanto como no primeiro. Preparámos calmamente o material nas bicicletas enquanto nascia o sol e fomos tomar o pequeno almoço deixando tudo pronto para sair logo depois.
Acabámos por arrancar de Vila Velha de Ródão pelas 08:45. Ainda tentámos colocar o drone no ar para captar algumas imagens, mas não estava fácil instalar a aplicação no telemóvel (minha culpa, devia ter instalado e testado antes).
Vila Velha de Ródão, Belver
Para sair de Vila Velha, que fica rodeada de montanha, começámos logo com uma subida de 3km’s. com inclinação média de 7% para testar as pernas, no dia anterior tinha essa preocupação (como estarão as pernas amanhã?), vi logo que as estavam boas. Quem pedala sabe do que estou a falar, nas primeiras pedaladas do dia sabemos logo se a coisa está boa ou se está má, e estava boa!
De Vila Velha de Ródão a Belver foi o mesmo tipo de terreno que tínhamos apanhado no final do dia anterior, um sobe e desce constante, misto de asfalto e estrada de terra com muita pedra. Para fazer os primeiros 44 km’s (até Belver) demorámos cerca de 3 horas, só via as horas a passar e os quilómetros nada.
Parámos em Belver, uma vila do concelho de Gavião que também vale a pena visitar, toda a vila é bonita, destaca-se a praça central da vila da qual dá para ver o castelo, com a sua igreja matriz e uma cabine telefónica bem conservada (já não se veem muitas destas em Portugal).
Praia Fluvial da Ortiga e Barragem de Belver
Depois de Belver passámos por um sítio fantástico, a praia Fluvial da Ortiga pareceu-nos espetacular para passar um ou vários dias (depois pesquisei e tem parque de campismo perto), situa-se numa das entranhas da imensa Barragem de Belver e ao lado da estação de caminhos de ferro da respetiva barragem, rodeada de uma paisagem natural espetacular.
Passámos de bicicleta pelo paredão da barragem imponente, com uma altura de 30m. e um comprimento 327,5 m (não estive a medir, pesquisei depois), ao passar por aqui a estrada é em gradeamento, como na na faixa de rodagem da esquerda na Ponte 25 abril em Lisboa. Sitio imponente e maravilhoso de se conhecer.
Pedalar e desfrutar até ao final
No que respeita a locais a Praia Fluvial da Ortiga e Barragem de Belver foi o momento alto do dia, a partir daqui o terreno também começou a dar tréguas, continuámos a nossa jornada desfrutando do pedal e das paisagens, com paragens em algumas aldeias para comer.
Almeirim
Quando beberes um Compal já ficas a saber, apesar da marca portuguesa ter origem no Entroncamento a fábrica é em Almeirim desde 1964. Almeirim também é a terra da Sopa da Pedra mas não calhava bem, se àquela hora comesse uma sopa da pedra já não saía de Alemirim.
Na aproximação a Almeirim tínhamos duas hipóteses, ou íamos por Santarém comer um pampilho, ou por um percurso do David (que ele apelidou precisamente de “rota do pampilho”) que passa em Almeirim sem ir a Santarém, foi o que fizemos.
Fizemos o percurso da “Rota do Pampilho” adulterado, visto que a tarde já se encaminhava para o final e ainda nos faltavam 78 km’s para terminar. Entre Almeirim e Savaterra de Magos, depois de Muge passámos pela Mata Nacional do Escaroupim, um denso e longo pinhal espetacular para passar o dia, ou uns dias (visto ter parque de campismo), daqueles sítios que provavelmente nunca conheceria se não passasse lá de bicicleta.
Lezíria
Entre Salvaterra de Magos e Vila Franca fizemos aquela zona da Lezíria num misto de estradas segundarias de asfalto e estradas de terra. Nestas longas e belas planícies da Lezíria, já com o sol baixo e com a ponte da Lezíria no horizonte apareceu o “melhor amigo” do ciclista sem ser convidado, o vento frontal, nunca sabe bem mas quando já trazemos 180 km’s nas pernas menos ainda.
Depois deste “atalho” fizemos a nossa rota pela EN10, sempre “a aviar cartuxo” até Loures. Quando entramos na EN10, cansados e com vento, é aquela fase em que já não apreciamos muita coisa, só pensamos em pedalar, comer e beber bem para não fraquejar e chegar ao destino o mais rápido possível.
Mas quando voltámos a entrar no vale entre Sta. Iria e Loures, longe do tráfego da estrada, já com o cair da noite, os sons do campo e as luzes da cidade no horizonte, voltamos a desfrutar do momento de andar de bicicleta, cansados mas com mais esta memória na bagagem e com o pensamento na próxima zona do país a explorar.
Track GPS dia 2 AQUI
Continuaremos por outras zonas do país, com algumas lições aprendidas desta primeira aventura de Bikepacking. Esperamos que este artigo vos sirva motivação para as vossas, para pedalarem e para conhecerem o nosso país.
Lição a aprender para próximas aventuras
Para se fotografar e fazer mais vídeo neste tipo aventuras tem que se optar por fazer menos quilómetros diários, quem quer fazer mais de 200km’s diários de Gravel bikepacking não se pode distrair muito com estas coisas, optámos mais por desfrutar do pedal, mas noto que podia ter feito fotografia bem melhor nos locais por onde passámos.
O Planeamento
O David Raquel já tem alguma experiência, já fez bikepacking a solo no estrangeiro (zona da Toscânia em Itália) e caminhos de Santiago , eu nunca tinha feito bikepacking mas tenho experiência de campista, de militar e de provas de 24 horas, o que ajuda, mas não impede de ouvir conselhos de quem já fez bikepacking, e foi o que fiz.
Há claramente algumas escolhas a fazer na hora de carregar a bicicleta, o principal é ter um equilíbrio entre o conforto que desejamos enquanto estamos a pedalar, e o conforto que desejamos quando pernoitamos. Neste caso a tarefa foi mais fácil, pois pernoitámos em hotel, ainda assim foi bom não ir jantar com os pés e sapatos molhados.
O rota foi feita por um conjunto de “tracks GPS”, que ligavam as várias zonas. Tendo em conta a distância, como já referi anteriormente, começámos a pedalar pelas 6:00.
Equipamento e material
A bicicleta
Levei uma Canyon Grail CF SLX 8 Di2, já conhecia o modelo em 2018 tinha feito o teste, embora numa versão de gama média. Esta bicicleta não tem nada a ver com a que testei em 2018, a funcionalidade é a mesma, mas o Shimano GRX Di2 e as rodas de carbono Reynolds dão outra vida à bicicleta, muito leve e confortável. O design do guiador é limitativo na hora de querer instalar a bolsa do topo de quadro, mas solucionei colocando-a no guiador.
Foram mais de 20 horas de pedalada, 450 km’s, nos quais só lubrifiquei corrente, a Canyon Grail esteve sempre impecável e com tudo a funcionar na perfeição.
A única critica que tenho a fazer é o selim (é uma questão pessoal), arrisquei a levar o selim que vem montado na bicicleta, um Fizik Aliante R5, consegui andar mas continuo a não me dar bem com os Fizik, deveria ter levado o meu PRO Stealth off road.
As bolsas e restante equipamento
Utilizei as bolsas da PRO bike gear, as PRO Discover são uma linha de bolsas desenvolvidas especificamente para Gravel bikepeacking. Tendo em conta que íamos fazer uma versão “soft” de bikepacking (pernoitando em hotel), utilizei um setup de 3 bolsas, a que se instala no espigão e selim, de 15L. de capacidade, a de quadro e uma pequena de topo de quadro.
Na bolsa de PRO discover de 15L. (espigão):
Optei por colocar coisas que não ia necessitar durante o dia, fechamos esta bolsa e se tudo correr como planeado só a abrimos no final do dia, já no destino final. As coisas mais pesadas ficam mais perto do espigão, são as primeiras a colocar na bolsa para equilibrar melhor o peso.
Roupa casual: Calções, T-shirt, casaco, ténis, roupa interior.
Roupa de ciclismo: Calções, jersey e meias para o dia seguinte.
Nutrição: 6D Nutrition – Barras, géis, saquetas de isotónico para o dia seguinte e recuperador para o final do dia 1.
Primeiros Socorros: Ligadura, compressas e soro fisiológico (esqueci-me de 1 ou 2 comprimidos anti-inflamatórios de SOS).
2 carregadores: para camara, powerbank, GPS e telemóvel.
Higiene pessoal: Pasta e escova de dentes, protetor solar, papel higiénico, creme chamois Morgan Blue para carneira do calção, halibut (SOS). (Creme chamois e halibut não foram no frasco original).
A bolsa de 15 L. leva bastante coisa, mas é a bolsa que fica mais pesada e menos fixa, vai alterar um pouco o comportamento da bicicleta e é necessária alguma adaptação nos primeiros quilómetros pedalados. Esta bolsa ou uma mochila? Para muitas horas, sem dúvida alguma esta bolsa.
Bolsa PRO discover de quadro:
Ferramenta: 1 camara de ar, 1 bomba, 1 kit de tacos de reparação pneu, 1 kit remendos camara de ar, ferramenta multi-tool PRO bike gear (inclui desmontas, vários tamanhos chave sextavada e descravador de corrente), fita isoladora, 1 elo de corrente de encaixe rápido.
Luzes: Specialized Flash Pack (inclui frente e trás). Se contasse pedalar muito de noite, optaria pela minha Magic Shine, mais potente e funciona com bateria.
Colete corta vento / impermeável reflector da decathlon. (não totalmente impermeável mas serve para chuva fraca).
Drone: DJI mavic mini com comando.
Bolsa PRO discover topo de quadro:
Embora esta bolsa seja para utilizar na zona da testa do quadro, devido ao design da Canyon Grail, no qual a coluna da forqueta não liga ao avanço como numa bicicleta tradicional, optei por instalar no guiador. O objectivo desta bolsa é ter a alimentação e algum equipamento de fácil acesso, mesmo a pedalar, e mesmo com esta cumpriu perfeitamente o propósito.
Power bank: do Lidl.
Alimentação 6D nutrition nas bolsas para 2 dias: (só transportei a alimentação do dia).
5 saquetas de ISOTONIC SPORTS DRINK 35G (dois bidons de isotónico / dia),
2 barras 6D RECOVERY PROTEIN BAR 60G,
2 bolos 6D ENDURANCE ENERGY CAKE 44G,
8 barras 6D ENDURANCE ENERGY NOUGAT,
3 géis 6D ENDURANCE ENERGY GEL 40ML.
2 gomas 6D ENDURANCE ENERGY FRUIT 32G
Alguma roupa, material e nutrição transportados nas bolsas (capacete óculos e sapatos foram no ciclista).
Vídeo dos dois dias
Texto: Luís Beltrão
Fotografia: David Raquel e Luís Beltrão
Vídeo: Luís Beltrão e David Raquel
Edição Vídeo: Luís Beltrão
Edição fotografia: Jorge Branco e David Raquel
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